quarta-feira, 28 de maio de 2008

Glossário

Amenorreia – ausência de menstruação.

Anabolizantes – substâncias que actuam como estimulantes, nomeadamente, no aumento da massa muscular.

Anemia – insuficiência do número de glóbulos vermelhos do sangue.

Apatia crónica – constante falta de energia.

Arritmia cardíaca – irregularidade do ritmo das contracções do coração.

Artrite – inflamação articular.

AVC - acidente vascular cerebral.

Balanço energético – relação entre a energia adquirida e a energia gasta pelo organismo.

Diurético - substância (normalmente medicamento) que facilita a excreção de urina.

Esteróides – substâncias hormonais estimulantes para o aumento da massa muscular.

Gastrenterologista – especialista que trata as doenças do estômago e dos intestinos.

Glândula tiróide – é uma glândula endócrina do corpo localizada no pescoço.

Hipocondria – tristeza profunda causada pela ideia de doenças imaginárias.

Iatrogénicos – efeitos secundários de uma cirurgia.

Laxante – substância que provoca contracções intestinais que levam o indivíduo a defecar.

Obstipação crónica – estado crónico, caracterizado por dificuldade em defecar; prisão de ventre.

Onerosos – procedimentos dispendiosos.

Osteoporose – porosidade excessiva dos ossos, que origina a sua fragilidade.

Palatáveis – agradáveis ao paladar.

Propensão – tendência.

Psicoterapia – técnicas terapêuticas utilizadas tanto no tratamento de situações de stress como no de desordens emocionais ou mentais e que visam o restabelecimento do equilíbrio de um indivíduo.

Supra-renal – glândula que está por cima dos rins.

Obesidade vs Publicidade


A obesidade é uma realidade em Portugal, sobretudo entre os mais jovens. Os estudos existentes apontam para uma percentagem de 31,5% dos adolescentes portugueses (entre os 9 e 16 anos) com excesso de peso. A Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN) considera que este é "um problema de saúde pública" e aponta o dedo à indústria alimentar e aos anunciantes.

A Organização Mundial de Saúde já considerou que a obesidade é a epidemia do século XXI.


Os anúncios a guloseimas, batatas fritas e refrigerantes invadem os espaços televisivos infantis, e os nutricionistas não têm dúvidas: "Para que o combate às doenças associadas aos maus hábitos alimentares seja eficaz é urgente reduzir o volume e o impacto da promoção comercial de alimentos e bebidas dirigidas às crianças."Quem está na outra ponta do problema devolve a acusação. "Acusar a indústria e a publicidade é uma forma fácil de contornar o problema. É evidente que a comunicação influencia comportamentos, mas o problema da obesidade é multidisciplinar. Envolve um conjunto de razões e a sua resolução passa por contributos e de várias entidades", argumenta Manuela Botelho, da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN). E dá alguns exemplos de boas práticas por parte dos industriais, ao mesmo tempo que defende as potencialidades da auto-regulação, referindo-se aos códigos já aprovados pelos sócios.

Um pouco de história acerca da obesidade.

A obesidade sempre esteve presente de forma marcante nos seres humanos desde os tempos da pré-história, e em muitas épocas vista como símbolo da beleza e da fertilidade. As “deusas” eram admiradas pelas suas ancas, coxas e seios volumosos, mas nesta mesma época Hipócrates, médico greco-romano, nos seus manuscritos já alertava para os perigos que a obesidade oferecia para a saúde, afirmando que a morte súbita acontecia mais em indivíduos gordos do que em magros.

Nesse mesmo período, um outro estudioso, estabeleceu uma classificação para a obesidade: a obesidade em natural (moderada) e obesidade mórbida (exagerada). Ele afirmava que a obesidade era consequência da falta de disciplina do indivíduo, por isso preconizava um tratamento que incluía: corridas, massagens, banho, descanso ou algum passatempo (lazer), e refeições com bastante comida, mas com alimentos de baixo valor calórico.

Durante o Império Romano os padrões de beleza foram se modificando, e começaram a ser mais apreciados os corpos esbeltos e magros o que obrigava as mulheres a fazerem sofridos e prolongados jejuns, porém na sociedade greco-romana as personalidades socialmente privilegiadas como artistas, nobres e políticos, tinham liberdade de manter seus hábitos alimentares excêntricos. A História da Arte modifica o conceito de beleza feminina. Com as obras do século XIII ao século XX, que retratavam corpos de damas magras e com formas delineadas, o conceito de que excesso de gordura é sinónimo de beleza cai.

Um pouco de história acerca da anorexia.

A anorexia nervosa é uma doença descrita há muitos anos e que desde sempre tem suscitado o interesse dos investigadores. As protagonistas desta história que tem atravessado séculos são na sua maioria mulheres, uma espécie de heroínas trágicas com um percurso de vida que mistura misticismo, rebeldia, dedicação e morte.

Na Idade Média, existiu o que mais tarde se veio a chamar anorexia mística, diferente da concepção moderna de anorexia, e que afectava sobretudo mulheres muito devotas à religião, como foi o caso de Catalina Bennicasa, mais tarde Santa Catarina de Siena.

A primeira descrição médica da doença foi feita em 1689 pelo inglês Norton, que a designou como "consumpção nervosa".

Só no século XIX, o francês Lasègue e o inglês Gull a identificaram claramente como entidade clínica. Lasègue acentuou a causa psiquiátrica da doença e Gull recomendou o afastamento de familiares e amigos para aumentar a eficácia do tratamento.

Em 1873 foi criado o termo Anorexia Nervosa, que ainda hoje se mantém.

Maus hábitos que afinal são bons!

“Transforme estes pecados em formas de prolongar a vida.”
Karen Evennett/Planet Syndicantion

  • Não se preocupe por ser preguiçoso.Dormir menos de 8 horas por noite perturba a capacidade do seu corpo em processar e controlar as várias hormonas relacionadas com o peso e pode contribuir para ganhar alguns quilos. Dormir 9 horas por noite em três noites consecutivas pode reverter esta situação e facilitar a perda de peso.
  • Precisa de um café para começar o dia?A cafeína é demonizada por potenciar as mudanças de humor e já foi provado que pode provocar danos arteriais a pessoas com tensão alta. No entanto, alguns estudos demonstram que as pessoas que bebem café têm menos probabilidade de ter a doença de Alzheimer.Uma dose de cafeína antes de uma sessão de exercício também pode acelerar o metabolismo no ginásio. Desde que a sua pressão sanguínea seja normal, não há problema em beber uma ou duas chávenas de café por dia.
  • Viciado incurável em chocolate.Um chocolate de qualidade (70% de cacau) tem dez vezes mais dos antioxidantes que os morangos, que estão cheios de vitaminas. É bom para a pele e também melhora a disposição e baixa a pressão sanguínea.Infelizmente, o mesmo não se pode dizer da maioria dos chocolates, que têm demasiada gordura e açúcar para serem opções saudáveis. Para melhores resultados, contente-se com dois quadrados de chocolate negro por dia.
  • Dieta vai pela janela ao fim-de-semana.Este é um hábito que pode de facto, ajudá-lo se está a tentar perder peso. Ao fim de cinco dias no seu programa de cortar calorias, o seu corpo começa a suprimir a hormona leptina. Isto diminui o metabolismo, tornando a perda de peso mais difícil. Ter dias em que come mais, como por exemplo ao fim-de-semana, ajuda a prevenir esta desaceleração do metabolismo.
  • Sempre a petiscar entre as refeições.Se gosta de ruminar, não fique muito preocupado. Não é um problema, a não ser que esteja a petiscar três refeições completas. Certifique-se que os seus snacks são saudáveis e, mostram os estudos, não irá comer demasiado às refeições. Num desses estudos, as pessoas que comeram 500 calorias diárias de amendoins durante 8 semanas não ganharam peso.Mas escolha com cuidado, 500 calorias são 122 amendoins, mas apenas 73 amêndoas, 45 nozes peca ou 25 nozes.

Qual o possível tratamento?

O tratamento da doença deve contar com apoio nutricional, para que haja um processo de reeducação alimentar, e uma assistência psicológica para que seja possível controlar o problema por completo.

Quais as consequências?

  • Carência de certos nutrientes;
  • Acumulação excessiva de algumas substâncias;
  • Desnutrição e anemia*;
  • Deficiência ou excesso de vitaminas, minerais e outros nutrientes;
  • Intolerância ou alergia a alguns alimentos;
  • Osteoporose* por carência de cálcio;
  • Problemas renais;
  • Depressões;
  • Ansiedade;
  • Hipocondria*;
  • Dores musculares;
  • Apatia crónica*;
  • Problemas com a vida social;
  • Personalidade irritadiça;
  • Insatisfação afectiva e emocional;
  • Anorexia.

Quais as causas da ortoréxia?

  • Muitos ortoréxicos foram anoréticos que, ao se recuperarem, optam por uma dieta que inclui apenas comidas que não lhes possam causar nenhum dano. O problema também pode surgir em pessoas que sofreram um trantorno obsessivo-compulsivo;

  • A obsessão pelo estado de saúde

  • O medo de engordar.

Quais os sintomas?

  • A obsessão excessiva pela qualidade dos alimentos;

  • A abstenção de alimentos gordos e com açúcar;

  • A preocupação exagerada com a confecção, a composição, a origem e a comercialização dos alimentos;

  • A leitura minuciosa dos rótulos dos alimentos;

  • A desconfiança dos restaurantes, cozinhando só para si;

  • Percorrer longas distâncias e pagar valores muito superiores ao dos alimentos comuns;

  • Dedicar grande parte do dia a decidir meticulosamente o que vai comer;

  • Evitar reuniões sociais ou jantares para não "cair em tentação" de ingerir outro tipo de produtos;

  • Falta de auto-estima e o medo do fracasso são outros condicionantes que acompanham os pacientes.

domingo, 4 de maio de 2008

Ortorexia: O que é?


Evitar alimentos gordurosos, não comer muito açucar, conhecer a procedência do que se ingere, ficar atento aos prazos de validade, e muitas outras dicas são muito frequentes nas falas dos especialistas. E levar todas elas à risca sem abrir excepções é um hábito saudável, certo? Errado.

Por incrível que pareça preocupar-se excessivamente com estas questões pode tornar-se uma doença. A ortorexia é um problema psicológico que se desenvolve com a preocupação descontrolada em manter uma dieta 100% saudável. A obsessão em consumir apenas alimentos orgânicos e o vício pelo produto natural podem desenvolver um trastorno alimentar, assim como a anorexia e a bulimia.

Esta doença caracteriza-se por uma preocupação exagerada com a alimentação. Os ortoréxicos acreditam que apenas os alimentos naturais - muitos vegetais e cereais, e ausência de carnes e enlatados - fazem bem ao organismo.

Embora estejam comprovados os benefícios deste tipo de alimentos,os ortoréxicos acabam por se prejudicar a si mesmos, por levarem a rigidez alimentar ao extremo.

Quando deixam de cumprir com com seus objectivos, são tomados por um sentimento de culpa e em seguida tornam-se ainda mais radicais, o que aponta o carácter doentio de seu comportamento.

Em suma, a alimentação à base de comidas saudáveis e naturais pode ser útil à saúde, mas quando esta forma de alimentação se torna uma obsessão, ela pode gerar prejuízos físicos e psicológicos.